Há muitas maneiras de resolver algum problema. Como há
vários tipos de problemas.
Eu perdi o meu sofá.
Tenho andado a procura de um novo sofá. Porém não é fácil
encontrar um novo, uma vez que se acostumou com aquele que se foi. Tanta coisa
já viveu e ele foi ora expectador, ora protagonista de momentos bons e ruins.
Aquele jogo decisivo do timão, aquela conversa secreta com a amiga. Aquele
cochilo gostoso depois do almoço ou aquele amasso caliente com...Foram tantos
que é melhor não comentar aqui.Rio neste momento, muitos podem não gostar,
outros ficaram assanhadinhos... cada um sua reação particular, afinal é um
segredo revelado. Tudo uma questão de idiossincrasias.
E voltemos ao sofá.
Ainda estou formulando luto. Por falar em luto...isso lembra
morte.Óbvio não é?! Ou não...
Difícil é perder alguém e estou começando a ter certeza que
mais difícil ainda, é perder alguém que continua vivo. Quando a perda acontece
distância é como comer sem sentir o sabor...é caminhar e não sentir o
chão...aquele aperto forte no coração.
Recostei-me na proteção da ponte, lá embaixo muitos carros
vão e vem em alta velocidade, no fluxo contínuo de vidas anônimas. No céu o sol
ainda brilha, mesmo que fracamente.
Fito o infinito. O tempo passa. O prenúncio do pôr-do-sol se
mostra. De súbito viro-me e o sol se foi. Novamente perdido em meus pensamentos
não o encontrei. Só me acompanha a saudade...
Terei que continuar esperando na escuridão, um novo dia, na
esperança da saudade desaparecer.
Da viagem dos meus pensamentos voltei. O sofá que observava
pela vitrine da loja, agora não me parece ser tão confortável como o de antes.
Então volto a caminhar em busca do meu sofá.
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