quarta-feira, 23 de junho de 2010

O Sofá (segunda parte)

É estranho quando mexem naquilo que é seu e nem ao menos pedem licença, como se fosse algo público. Aí fico cantarolando canções tão simples e simplesmente repito simples. A vida é tão simples. Pessoas a complica. Pessoas...pessoas...

O dia em que te encontrar seremos dois, eu e você seremos um.Então serei completo. Haverá alguém me esperando chegar. E a chegada não será mais estranha, ruim...e terá você pra me dizer que o sofá está no lugar, não o de sempre, mas em um diferente, que você o colocou.

Ainda continuam mexendo no sofá. E nem é seu, é meu! Está parecendo bochecha de bebê que todos querem apertar, beijar... e nem ao menos perguntam se podem, apenas fazem. E a criança ali sujeita aos apertões, expressões de bobos, dizendo gut, gut, gut... óh que coisinha mais linda...!

Arrastei de volta ao seu lugar, o som que fazia sobre o piso me incomodava, mas também por que foi tirá-lo do seu lugar! E depois dá trabalho para colocá-lo em seu canto. Isso ninguém vê. O lugar que o colocaram, terei que limpar e pensar o que vou por para preencher o vazio que deixou o sofá, se bem que não era ali seu lugar, mas agora fica aquele vazio...Quase que me acostumo com a novidade,pois tudo que é novo a principio desperta várias sensações: de perda, de ganho, de euforia, de estranhamento, de... tudo isso que você possa continuar elencando, das suas experiências com o novo. Que com certeza em algum momento será bem diferente das minhas. Pode ser que você nem ao menos iria notar que mudaram de lugar o seu sofá, não pediram permissão, e, se notasse não daria a menor importância. Vai que você é daquelas pessoas que se conformam com tudo, que não tem opinião própria, ou quando tem, senti medo de expressar suas convicções, ponto de vistas, enfim suas idiossincrasias...

Eu me importo mexeram e continuam mexendo no meu sofá! Poxa ele é meu. O que significa meu para você?

A mim que é meu e pronto! Só meu ninguém pode dizer onde devo colocá-lo, como devo sentar, deitar, ou até mesmo que cor de capa, eu posso ou não vesti-lo... E se dizem, não significa que tenho que fazer conforme a opinião do outro. De novo o outro na história. Esse outro é complicado, não é?! Sempre querendo botar o bedelho onde não é chamado, sempre querendo espiar sua vida, parece que não tem nada o que fazer! Pois eu tenho. E quando sou o outro, tento ser eu. Eu que não gostaria que mexessem em meu sofá sem minha permissão. Eu que não gostaria que ficassem me vigiando, me criticando. Eu que me colocaria no lugar do outro, para poder ser mais humano. Afinal não disse o sábio dos sábios, que é preciso amar ao próximo como a ti mesmo?! Então pense você, se chegasse à sua casa e visse que algo estivesse fora do seu lugar comum... Que intrometeram, apenas intrometeram em algo alheio. Já que sentar de vez em quando nele ou deitar te deixam, o que não significa que pode fazer com ele o que bem entender! Ele não é seu! O sofá é meu!

Mas e daí?! Que sofá é esse? A interrogação martela em minha mente.

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